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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Comércios fechados, indústrias sem caixa para o 13º e famílias mais endividadas

Brasil 2016: Um país em crise política e econômica

Riselda Morais



Um ano marcado por uma grande crise política e econômica que atingiu a todos os brasileiros. A população nunca havia visto tantos políticos denunciados e presos por corrupção, no entanto, os escândalos fizeram com que pagássemos um preço alto através da crise econômica e financeira que se instalou.
Os brasileiros bem que tentaram dar seu jeitinho, reduzindo todos os tipos de gastos; deixaram de viajar com a mesma frequencia; deixaram de ir a bares e restaurantes com amigos; trocaram roupas, calçados, acessórios e outros produtos caros por mais baratos e  esta mudança de comportamento gerou outras crises. Junto com a queda nas vendas do varejo veio uma nova modalidade de negócio, o “aluga-se” e o “passa-se o ponto”  mas como ninguém teve dinheiro para investir o resultado foi mais de 166,9 mil lojas fechadas, sendo 99 mil em 2015 e 67,9 mil no primeiro semestre de 2016. Só na região sudeste, 35.327 estabelecimentos com trabalhadores com vínculo empregatício fecharam. As empresas de pequeno e médio porte, do setor de comércio e serviços que não fecharam se endividaram, em março deste ano, 4,37 milhões de empresas 53,9% de 8,10 milhões estavam inadimplentes.
Com a  recessão econômica fechando postos de trabalho, o consumidor passou a gastar apenas com o que é essencial, os preços nos supermercados e no comércio como um todo dispararam e as taxas de juros foram as alturas, com isso, as famílias brasileiras ficaram mais endividadas.  A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra em setembro, que 58,2% das famílias brasileiras estão endividadas, resultado superior ao de agosto (58%), porém, inferior ao registrado em igual mês de 2015, de 63,5%.
O varejo de alimentos, segmento que engloba mercadinho, supermercados e hipermercados cortaram 29,7 mil vagas de  empregos formais no período de janeiro a abril deste ano, ao fechar as portas de 14,3 mil pontos de venda, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio no segundo semestre de 2016, o movimento do consumidor no comércio continua em queda, em setembro retraiu 5,2% comparado ao mês de outubro. A crise afetou principalmente os pequenos e médios empreendimentos, o estado de São Paulo liderou o número de fechamentos, só no período de abril de 2015 a abril de 2016 foram 4,1 mil estabelecimentos de produtos alimentícios que fecharam suas portas, de um total de 37,5 mil. Já quando se fala do comércio varejista como um todo, o movimento de vendas na capital paulista caiu 6,9% em outubro, comparado ao mesmo período do ano passado. 
Segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) as comercializações a prazo, em outubro, recuaram 4,7% e as vendas à vista diminuíram 9,1%, o acumulado do ano foi significativamente maior com queda de 9,6%. Na comparação mensal, em relação a setembro deste ano, o comércio apresentou crescimento médio de 9,3%, sendo altas de 5,3% nas vendas a prazo e de 13,3% nas vendas à vista. 
   A crise afetou também as micro e pequenas indústrias que declararam estar com restrições de crédito e estar sofrendo com a inadimplência dos clientes, como resultado estão com dificuldade de caixa para pagar o 13º salário aos funcionários. 
    Segundo o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) 53 mil indústrias, cerca de 17% não podem pagar o 13º dentro do prazo, para tentar solucionar o problema financeiro 80% pretende recorrer a capital próprio; 9% buscar empréstimos bancários; 8% pegar emprestado com conhecidos ou financeiras e 3% pretendem entrar no cheque especial.
    Ainda segundo o Sindicato cresceu a proporção de empresas que sofreram calotes. Em outubro 51% das indústrias registraram casos de inadimplência dos clientes já em setembro foram 45%.
   Nas empresas o valor das dívidas em atraso no mês de setembro atingiu mais de 30% do faturamento.
   A crise que interferiu até em nossa alimentação também foi sentida no mercado imobiliário. Segundo dados do Secovi-SP, de janeiro a setembro deste ano foram comercializados 10.817 unidades residenciais, um volume 21% inferior ao total de vendas do mesmo período de 2015, que somaram 13.698 unidades. Os lançamentos tiveram queda de 27,9%, foram comercializados 10.172 unidades residenciais nos primeiros nove meses de 2016, contra 14.099 unidades no mesmo período de 2015.
   Enquanto 2017 não chega e junto com ele a expectativa de recuperação da economia, o consumidor, assim como os empresários continuam desconfiados diante de uma realidade pessimista em relação ao futuro.  
    Com a proximidade do natal e diante do alto índice de desemprego, nesta fase em que consumidores e empresários estão mais endividados e que até indústrias dizem não ter dinheiro para pagar o 13º salário de seus funcionários, há possibilidade de sair da crise é uma realidade distante. Mas as  pessoas que perderam seus empregos estão produzindo algum tipo de produto e vendendo para os amigos, para os parentes e consumir daqueles que entraram em algum ramo de atividade com produtos manuais e artesanais, que produzem em pequena escala para sobreviver e manter suas famílias, é uma boa pedida no natal 2016, que será mais voltado para a economia e controle dos gastos, para que 2017 não entre no vermelho!

Comércios fechados, indústrias sem caixa para o 13º e famílias mais endividadas

Brasil 2016: Um país em crise política e econômica

Riselda Morais



Um ano marcado por uma grande crise política e econômica que atingiu a todos os brasileiros. A população nunca havia visto tantos políticos denunciados e presos por corrupção, no entanto, os escândalos fizeram com que pagássemos um preço alto através da crise econômica e financeira que se instalou.
Os brasileiros bem que tentaram dar seu jeitinho, reduzindo todos os tipos de gastos; deixaram de viajar com a mesma frequencia; deixaram de ir a bares e restaurantes com amigos; trocaram roupas, calçados, acessórios e outros produtos caros por mais baratos e  esta mudança de comportamento gerou outras crises. Junto com a queda nas vendas do varejo veio uma nova modalidade de negócio, o “aluga-se” e o “passa-se o ponto”  mas como ninguém teve dinheiro para investir o resultado foi mais de 166,9 mil lojas fechadas, sendo 99 mil em 2015 e 67,9 mil no primeiro semestre de 2016. Só na região sudeste, 35.327 estabelecimentos com trabalhadores com vínculo empregatício fecharam. As empresas de pequeno e médio porte, do setor de comércio e serviços que não fecharam se endividaram, em março deste ano, 4,37 milhões de empresas 53,9% de 8,10 milhões estavam inadimplentes.
Com a  recessão econômica fechando postos de trabalho, o consumidor passou a gastar apenas com o que é essencial, os preços nos supermercados e no comércio como um todo dispararam e as taxas de juros foram as alturas, com isso, as famílias brasileiras ficaram mais endividadas.  A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra em setembro, que 58,2% das famílias brasileiras estão endividadas, resultado superior ao de agosto (58%), porém, inferior ao registrado em igual mês de 2015, de 63,5%.
O varejo de alimentos, segmento que engloba mercadinho, supermercados e hipermercados cortaram 29,7 mil vagas de  empregos formais no período de janeiro a abril deste ano, ao fechar as portas de 14,3 mil pontos de venda, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio no segundo semestre de 2016, o movimento do consumidor no comércio continua em queda, em setembro retraiu 5,2% comparado ao mês de outubro. A crise afetou principalmente os pequenos e médios empreendimentos, o estado de São Paulo liderou o número de fechamentos, só no período de abril de 2015 a abril de 2016 foram 4,1 mil estabelecimentos de produtos alimentícios que fecharam suas portas, de um total de 37,5 mil. Já quando se fala do comércio varejista como um todo, o movimento de vendas na capital paulista caiu 6,9% em outubro, comparado ao mesmo período do ano passado. 
Segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) as comercializações a prazo, em outubro, recuaram 4,7% e as vendas à vista diminuíram 9,1%, o acumulado do ano foi significativamente maior com queda de 9,6%. Na comparação mensal, em relação a setembro deste ano, o comércio apresentou crescimento médio de 9,3%, sendo altas de 5,3% nas vendas a prazo e de 13,3% nas vendas à vista. 
   A crise afetou também as micro e pequenas indústrias que declararam estar com restrições de crédito e estar sofrendo com a inadimplência dos clientes, como resultado estão com dificuldade de caixa para pagar o 13º salário aos funcionários. 
    Segundo o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) 53 mil indústrias, cerca de 17% não podem pagar o 13º dentro do prazo, para tentar solucionar o problema financeiro 80% pretende recorrer a capital próprio; 9% buscar empréstimos bancários; 8% pegar emprestado com conhecidos ou financeiras e 3% pretendem entrar no cheque especial.
    Ainda segundo o Sindicato cresceu a proporção de empresas que sofreram calotes. Em outubro 51% das indústrias registraram casos de inadimplência dos clientes já em setembro foram 45%.
   Nas empresas o valor das dívidas em atraso no mês de setembro atingiu mais de 30% do faturamento.
   A crise que interferiu até em nossa alimentação também foi sentida no mercado imobiliário. Segundo dados do Secovi-SP, de janeiro a setembro deste ano foram comercializados 10.817 unidades residenciais, um volume 21% inferior ao total de vendas do mesmo período de 2015, que somaram 13.698 unidades. Os lançamentos tiveram queda de 27,9%, foram comercializados 10.172 unidades residenciais nos primeiros nove meses de 2016, contra 14.099 unidades no mesmo período de 2015.
   Enquanto 2017 não chega e junto com ele a expectativa de recuperação da economia, o consumidor, assim como os empresários continuam desconfiados diante de uma realidade pessimista em relação ao futuro.  
    Com a proximidade do natal e diante do alto índice de desemprego, nesta fase em que consumidores e empresários estão mais endividados e que até indústrias dizem não ter dinheiro para pagar o 13º salário de seus funcionários, há possibilidade de sair da crise é uma realidade distante. Mas as  pessoas que perderam seus empregos estão produzindo algum tipo de produto e vendendo para os amigos, para os parentes e consumir daqueles que entraram em algum ramo de atividade com produtos manuais e artesanais, que produzem em pequena escala para sobreviver e manter suas famílias, é uma boa pedida no natal 2016, que será mais voltado para a economia e controle dos gastos, para que 2017 não entre no vermelho!