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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Brasil emitiu 3,5% mais gases de efeito estufa em 2015

Geração de eletricidade e as atividades industriais, os dois setores mais poluidores, reduziram emissões de gases devido a desaceleração econômica

Riselda Morais



Segundo dados do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG), do observatório do Clima, em 2015, o Brasil emitiu 3,5% mais gases de efeito estufa, um total de 1,927 bilhão de toneladas brutas de CO2e (CO2e, a soma de todos os gases de efeito estufa convertidos em dióxido de carbono), contra 1,861 bilhão de toneladas em 2014.
A elevação é causada sobretudo pelo desmatamento, que segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em setembro de 2015, teve uma taxa de crescimento de 25% na Amazônia em comparação ao mesmo período de 2014. Já as emissões por mudanças de uso da terra cresceram 12%. 
Ao mesmo tempo, o setor de energia teve sua primeira queda desde 2009, considerada a segunda maior fonte de emissões de gases da economia brasileira, apresentou queda de 5,3%, devido à desaceleração econômica e ao avanço das energias renováveis.
A queda no crescimento econômico provocou diminuição na demanda de eletricidade e na produção física de aço e cimento, com isto, os dois maiores responsáveis pela redução de emissões, no último ano, foram a geração de eletricidade e as atividades industriais, que caíram, respectivamente, 4,8% e 2,9%.  
Também por conta da crise, o consumo de diesel utilizado para transporte de cargas caiu 7,1%. O consumo total de combustíveis para veículos leves (etanol e gasolina) se manteve estável, porém o etanol apresentou um crescimento de 18,6%, enquanto a gasolina diminuiu 9,4%. Esses fatores foram responsáveis por uma redução de 7,4% no setor.
Mesmo assim, o Brasil não está conseguindo reduzir a emissão de gases do efeito estufa, segundo os dados, o país encontra-se patinando, teve uma pequena queda entre 2005 e 2010 e agora está estagnado no mesmo ponto em que estava em 2010, quando o Brasil começou a implementar as metas com as quais se comprometeu em Copenhague – de redução de 36,1% a 38,9% até 2020 em relação à trajetória. 
Os dados apontam que desde 2005, quando o Brasil começou a derrubar o desmatamento na Amazônia, até o ano passado, as emissões da agropecuária aumentaram 9%, as de energia aumentaram 45% e as de resíduos e processos industriais, cerca de 23%.
Com 50 milhões de hectares de pastos degradados que estão emitindo carbono, quando poderiam estar sequestrando (absorvendo), os solos agrícolas brasileiros emitiram 225 milhões de toneladas de CO2 equivalente e sequestraram 195 milhões de toneladas.
As emissões líquidas de gás de efeito estufa em 2015 foram de 1,402 bilhão de toneladas de CO2e, contra 1,336 bilhão em 2014 – alta de 4,9%, segundo o SEEG.
O SEEG dá um tratamento distinto às chamadas emissões líquidas – que descontam as remoções de CO2 por florestas em áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas. 
As medições de gases do efeito estufa são feitas nos seguintes setores:
- Uso da Terra e Florestas;
-Agropecuária;
- Processos Industriais;
- Tratamento de Resíduos;
- Energia.